domingo, 24 de maio de 2009

O trabalho de uma equipa sénior


Paulo Pinto fala do trabalho da equipa sénior, fazendo um balanço dos últimos quatro anos e projectando os próximos quatro. A realidade da equipa sénior na primeira pessoa.


Em 2004 foi formada uma nova equipa sénior. Foram traçados novos objectivos, procurando elementos para construir uma equipa jovem, motivada e com vontade de trabalhar.

Nessa altura, fizemos um plano para os quatro anos seguintes. Planeámos a participação em quatro competições: uma individual e três em equipa. Começámos por competir no Luxemburgo, em 2006 (medalha de bronze); em 2007, houve uma competição individual na Eslovénia, onde ficámos em terceiro lugar. Fomos ainda ao Chipre (medalha de prata) e às Olimpíadas de Culinária em Erfurt, em 2008, (medalha de prata).

Terminava assim, em 2008, o ciclo de quatro anos. Actualmente, estamos a preparar o próximo ciclo, a pensar nas Olimpíadas de Culinária de 2012. Para os próximos quatro anos, contamos com as competições no Luxemburgo, em Singapura, em Santiago do Chile e então, em 2012, na Alemanha.

Muitas dúvidas existem sobre quais os requisitos para a entrada na equipa sénior. Alguns elementos actuais foram vencedores de concursos nacionais e outros passaram da equipa júnior para a sénior. O trabalho médio semanal é de 8 horas no mínimo, pois cada prato demora dois meses a ser feito. Claramente é necessário abdicar de muito, e é necessário ser-se diferente e não apenas mais um. Embora ser diferente não signifique ser o melhor.

Quanto aos treinos, numa fase inicial, são definidos os menus, são passadas as técnicas e os métodos de confecção. Depois, são treinados semanalmente esses menus e apresentados uma vez por mês. De cinco em cinco meses, juntamos tudo e comparamos os pratos feitos para que nada se repita. Nos últimos três meses da preparação, treinamos semanalmente a mesa toda.

Toda a preparação culmina na participação nas competições. A satisfação pessoal de ver concretizado um sonho de concorrer entre 2000 a 2500 cozinheiros de todo mundo é especial. O contacto com outros colegas, com produtos vindos de todo o mundo, com diferentes culturas gastronómicas e com equipamentos novos é uma especial fonte de aprendizagem.

Mas a verdade é que a participação nestas competições é muito exigente, física e mentalmente. Chegamos a ficar quase três dias sem dormir e só com muita vontade e gosto é que se consegue. A participação da equipa em competição envolve cerca de 15 pessoas e o esforço e dedicação são mútuos. Regressar a Portugal, depois de uma competição, é sentir que o nosso dever foi cumprido a representar o país. O único problema, por enquanto, é não termos um bom apoio das entidades oficiais.


Paulo Pinto

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pontuações do Global Chefs Challenge

Foram dadas a conhecer as pontuações das duas semi-finais do WACS Global Chefs Challenge, em Lisboa e em Dublin. Nas duas competições foram escolhidos dois dos sete concorrentes que estarão presentes na final do Global Chefs, em 2010, em Santiago do Chile.

Como representante da Europa do Sul/Meditterâneo estará Carlos Gonçalves, e o assistente Celso Padeiro. A Europa do Norte será representada pelo concorrente norueguês.

Portugal ganhou com medalha de ouro e uma pontuação de 94,65. Em segundo lugar ficou Itália, com medalha de prata e 86,95 pontos. Também com medalha de prata, mas em terceiro lugar, ficou Malta com 86,45 pontos.

O vencedor norueguês teve 91 pontos, com medalha de ouro. Em segundo lugar ficou o concorrente de Gales com 90,10 pontos, e em terceiro lugar a Islândia com 86,10.

Aguardam-se os resultados das restantes cinco competições que determinarão os concorrentes presentes no Chile, no próximo ano.

Veja as pontuações aqui e aqui.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Um trabalho em conjunto: a logística

Ligado às equipas olímpicas desde 1992, Carlos Madeira é o responsável logístico. “A logística é o alicerce da competição. É um trabalho completamente escondido, mas se tudo passar despercebido é sinal de que correu bem”, descreve.

A função principal é a de garantir as condições dos locais da competição, bem como a satisfação de todas as necessidades das equipas para que cada um se dedique ao seu trabalho da melhor forma.

“É uma função que começa uns meses antes das competições”, acrescenta. Para além da função principal, muitas outras estão anexadas. A ligação com os patrocinadores e a evolução do seu relacionamento são dois aspectos importantes no trabalho logístico.

Num plano mais próximo e prático, tem o papel de assegurar uma estabilidade emocional nas equipas, para o qual a experiência dos últimos 16 anos se revela essencial.

Um trabalho em conjunto: a ACPP

As equipas olímpicas encontram na ACPP a plataforma ideal para o seu funcionamento.

Fausto Airoldi, presidente da ACPP, destaca a responsabilidade da associação em “garantir que as equipas tenham as devidas ferramentas para o êxito.” A importância do papel dos capitães das equipas é também sublinhada por Fausto Airoldi. O trabalho feito em conjunto organiza-se por ciclos de quatro anos, culminando no evento mais importante, as Olimpíadas de Culinária.

“É feito um plano de treino, de patrocínio, de tema ou filosofia de participação”, descreve Fausto Airoldi. “Isto dá muita segurança às equipas e mantém-nas focadas nos objectivos”. A participação em concursos internacionais é importante pelo “contacto com outras equipas e outros profissionais”.

Portugal tem estado presente em diversas competições. “Desde 1992 que a ACPP leva profissionais de cozinha a vários certames, trazendo com eles novas técnicas e tendências”, afirma o presidente da ACPP.

O próximo concurso internacional, uma semi-final do WACS Global Chef Challenge, realizar-se-á em Lisboa, nos dias 19 e 20 de Abril. A ACPP será a anfitriã do evento e Fausto Airoldi sublinha o privilégio e a vontade em mostrar o melhor de Portugal.