segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Em direcção ao Chile II

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Santiago do Chile, Janeiro de 2010. Uma data que marca a final do concurso internacional WACS Global Chefs Challenge. Mais ainda, a data do Congresso Mundial de Chefes e, ainda, da realização do concurso que elegerá o melhor Júnior Chefe a nível mundial.


Portugal estará também à procura do título de melhor Júnior Chefe do mundo, com Jorge Fernandes. Treinado pelo Chefe António Bóia, Jorge Fernandes repete a participação no concurso, depois de ter conseguido um terceiro lugar a nível mundial em 2008, no Dubai. Uma preparação detalhada à procura de uma vitória. Num concurso marcado pela medalha de ouro do jovem Chefe português, João Simões, em 2006, na Nova Zelândia.

JORGE FERNANDES

Ainda que jovem cozinheiro, a experiência de Jorge Fernandes conta já com a passagem por competições internacionais, como as Olimpíadas de Culinária. Uma experiência que para qualquer cozinheiro conta como um avanço na sua formação. Assim como o ambiente de competição que lhes transmite uma preparação diferente. Dá-lhes a capacidade de lidar com a pressão e a exigência e rigor de um júri internacional. Jorge Fernandes trabalha no Rio’s Restaurante em Oeiras, com o Chefe António Bóia, que o tem treinado.

A maior dificuldade que Jorge Fernandes encontra na prova é ser cesto surpresa. “Não dá para treinar efectivamente o que se vai apresentar na prova, apenas posso treinar as bases e técnicas de cozinha em que se possam aplicar diferentes produtos”, explica. Para além da incerteza quanto aos produtos que terá para preparar, há ainda a curta duração da prova. “São 3h30m nas quais temos de preparar 24 pratos – 8 entradas, 8 pratos principais e 8 sobremesas”, descreve Jorge, lembrando no entanto que todos os concorrentes “estão em igualdade”. “É isso que torna a prova tão interessante”.

Participar num concurso como jovem Chefe, representando Portugal, é uma enorme responsabilidade. “Mas é ao mesmo tempo um grande motivo de orgulho”, conta. “O que também é motivo de orgulho é as Equipas Olímpicas de Cozinha trazerem medalhas para Portugal, apesar de infelizmente não sermos reconhecidos pelo Estado”. A dedicação e esforço tentam no entanto ultrapassar qualquer falta de apoio. “Talvez um dia com mais apoios consigamos estar com os melhores”, afirma Jorge Gonçalves.


A preparação de Jorge Fernandes vista pelo Chefe António Bóia

O Jorge tem vindo a treinar desde Junho, e visto que o concurso é com base num cesto surpresa, é necessário que treine várias técnicas, com vários produtos, pois não sabemos o que irá aparecer. Uma das maiores dificuldades é essa: é-nos dada uma lista de ingredientes no início da prova e temos 30 minutos para elaborar o menu e escrever as receitas. O Jorge concorreu no ano passado, no Dubai, tendo ficado em terceiro lugar, e por isso já conhece o concurso. Não é entanto por essa razão que será mais fácil, pois o júri quererá ver uma evolução. É importante que o Jorge esteja confiante, sereno, tranquilo e motivado. E também é preciso uma pontinha de sorte. Estes concursos são muito difíceis, ainda mais para jovens. A carga emocional é muito grande, é muito diferente de participar num concurso com receitas treinadas.
António Bóia

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